Um poema ou um poente
Tudo tem um forte sentido
Quando não se oprime o indivíduo
Alguém soletra uma distância
A distância separa os fatos
A verdade não é tão necessária
Já que Heráclito já morreu
Rodrigo de Souza Leão
Sêneca Dor é algo atroz (fungos violeta). Água sonora, vai de uma a outra concha, ama- relece (folha de trevo) e cai. Diz então, em que ilha- olho-de-chama —Ítaca, talvez — vesti-me de pele desolada, e padeci, fera entre feras? Por que, brutal, me arrasto nesta terra? Para a glória do Sublime? Por meus débitos, hora de decepar vogais? Cala Sibila, calam Córdova e Roma, sou todo farelo, e se fecha a porta do canto. Que direi a mim, após celebrar o rito da memória? — Bebe o teu vinho e aceita o universo, eis o caminho da iniciação. 1999