quinta-feira, 16 de julho de 2009

Poesia de Claudio Daniel


Sêneca


Dor é algo
atroz (fungos
violeta). Água
sonora, vai
de uma a outra
concha, ama-
relece (folha 
de trevo) e
cai. Diz então,
em que ilha-
olho-de-chama 
Ítaca, talvez  
vesti-me de pele 
desolada,
e padeci, fera 
entre feras? 
Por que, brutal, 
me arrasto 
nesta terra? 
Para a glória 
do Sublime? 
Por meus débitos, 
hora de decepar 
vogais? Cala Sibila,
calam Córdova
e Roma, sou todo
farelo, e se fecha
a porta do canto. 
Que direi a mim,
após celebrar
o rito da memória?

 Bebe o teu vinho
 e aceita o universo,
eis o caminho 
da iniciação.
 
  1999

Claudio Daniel

Sem comentários:

Enviar um comentário