sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Poesia de Alexandre Brito

a rede


mergulhado na tarde esquisita
cometo uma ideia aqui outra ali
entrevejo a mulher que eu adoro
e me divirto

aspiro rapé
alguns decímetros cúbicos de ar
e um poema beat desmesurado

"...a irrealidade é meu chão
e o esquecimento a minha bússola"

há que dispormos das armas necessárias no cinto de mil e uma inutilidades para enfrentar os malfeitores, a burocracia maquiavélica oficial remunerada e os arque-inimigos do Pasquim

mergulhado nessa esquisitice completa
faço anotações pra depois do crepúsculo

o crepúsculo tem músculos, oníricos músculos
e tudo ronrona depois do crepúsculo
basta esticar o dedo e pedir uma carona que ele te leva onde ninguém
só você

cochilo sobre essa ideia
"...depois do crepúsculo tudo ronrona"

desperto hirto

aquela manhã morna virou essa tarde quente

ê modorra pachorrenta... antes uma rede
meu reino por uma rede

a mulher que eu adoro se despe
abre suas asas de delícias sobre nossa cama
quero o que ela quer

o poema pode esperar

Alexandre Brito

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