sábado, 14 de abril de 2012

ESQUIZOFRÊNICO


Ouço vozes que me penetram dum maluco

Entre a roda do sol e o final do crepúsculo:

Procuro razão santa vez que eu me escuto

De noite acordo e não vejo sequer um vulto.



Circulo por pontes sem um pingo de sono

Terror da balança de que nunca fui dono:

Do imaginário primitivo dos meus sonhos

O caminho da lua sobre becos anônimos.


 
Que fosse então aquela esquina lá do Rio,

Onde os médicos fazem troça do esquizo:

Carrego há tempos a quimera só eu tísico.


 
As conversas nos meus ouvidos me dirigem,

Minha mãe com meu pai renegaram o filho:

Mas hoje vou cantar as vozes que me afligem.

Sem comentários:

Enviar um comentário