terça-feira, 23 de junho de 2009

Poesia de Antonio Carlos Barreto

AGALOPADO

Sou mais que as manadas ao som do chocalho,
esteira de prata nas larvas de fogo,
transtorno de outono buscando agasalho:
espadas, mugidos, relógios, agouros.

O fogo dos ventos soprando do norte,
a noite azulada tangendo os abismos.
Na dança da flecha se vão os aforismos:
paisagens, caminhos, sertões, um galope.

Lonjuras, espinhos, mais um retirante;
que pasme a cidade ante o vôo do condor
e a orquestra afinada dos ventos uivantes

no entulho da morte dos sonhos de amor.
Não morro no inferno traçado por Dante
porque codifico a loucura que sou.

Antonio Carlos Barreto



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