na casa de cômodos
a luz do teipe banha a miséria
assa a barriga vazia
no barato tonto
da fome
zumbe a cabeça
(Reinaldo passa a Zico)
moleza, nos braços caídos
(que falta faz o Pelé)
nem pra virar o botão
agride a gardênia
do banheiro infecto
logo ao lado do quarto
(quem dera o Garrincha)
lamparina de azeite
sangra o corte de luz
e a tv apagada
(essa a gente ganhava)
bem na última prestação
Tárik de Souza, do livro Autópsia em corpo vivo, L & PM Editores,
Porto Alegre, 1979
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