quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Poesia de Eduardo Ribeiro

TAUTOLOGIA

Acima e abaixo ou abaixo e acima,
A escrita percorrerá léguas a esmo,
Simulacro do ser frente a si mesmo,
Parricídio que nos devora e fascina.


Quem conceber a imagem do verso,
Será o poeta a instaurar o paradoxo,
Do rabisco dissimulado e heterodoxo,
A academia banida das letras inversas.


Não haverá o afã de buscar o reflexo,
Do retrato geométrico da assimetria,
Não restará dos prêmios um espectro.


Sê visionário e artífice da pobre rima,
Da matéria bruta e minério da poesia,
Diante das palavras e abaixo e acima.

Eduardo Ribeiro

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